
Rotas ilegais desafiam economia local e prejudicam exportações oficiais
O contrabando de castanha de caju em Moçambique tem crescido nos últimos anos, com a África do Sul e a Tanzânia se destacando como os principais destinos desse comércio ilícito. A atividade preocupa autoridades moçambicanas, que veem o fenômeno como uma ameaça à economia local, ao setor agrícola e à arrecadação de impostos.
Segundo fontes ligadas ao setor, toneladas de castanha de caju saem clandestinamente do país todos os anos, contornando os canais de exportação regulamentados. A Tanzânia, um dos maiores produtores da África Oriental, recebe grande parte dessa carga para posterior revenda, enquanto a África do Sul se beneficia do produto para atender indústrias locais e reexportação.
A falta de fiscalização rigorosa nas fronteiras facilita a atuação de contrabandistas, que utilizam estradas secundárias e subornos para escapar do controle alfandegário. Pequenos produtores e comerciantes ilegais encontram nesses mercados externos uma alternativa mais lucrativa, muitas vezes vendendo a castanha a preços mais altos do que os oferecidos por empresas moçambicanas de processamento.
As autoridades locais vêm tentando conter o problema com reforço na fiscalização e campanhas de sensibilização, alertando os produtores sobre os impactos negativos do contrabando. Especialistas apontam que, além das perdas econômicas, o comércio ilegal compromete o desenvolvimento da indústria de processamento de castanha em Moçambique, que poderia gerar mais empregos e agregar valor ao produto nacional.
O governo moçambicano estuda medidas mais rigorosas para controlar as exportações, incluindo o aumento da vigilância nas rotas de contrabando e a promoção de incentivos para que os produtores vendam sua castanha através de canais oficiais. Contudo, sem uma ação coordenada entre os países envolvidos, a luta contra esse comércio ilícito segue sendo um grande desafio.
rm.co.mz
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