Aumento da Violência em Cabo Delgado, Moçambique

O número de mortes causadas por ataques extremistas no norte de Moçambique aumentou 36% em 2024, segundo dados de monitoramento de conflitos. A escalada da violência ocorre principalmente na província de Cabo Delgado, onde grupos insurgentes continuam a realizar ataques contra aldeias, forças de segurança e infraestruturas estratégicas.
Desde o início do ano, os confrontos se intensificaram, resultando em centenas de mortes e milhares de deslocados. Organizações humanitárias relatam um agravamento da crise humanitária, com famílias fugindo de suas casas em busca de segurança.
Agravamento da crise em Cabo Delgado
Cabo Delgado tem sido o epicentro da insurgência desde 2017, quando grupos extremistas ligados ao Estado Islâmico começaram a atacar comunidades locais. Apesar da presença de tropas moçambicanas e de forças estrangeiras, os insurgentes continuam a expandir sua influência, utilizando táticas como emboscadas, sequestros e destruição de vilarejos.
Especialistas apontam que a recente alta na violência pode estar relacionada à fragmentação dos grupos extremistas e à busca por recursos na região, que possui grandes reservas de gás natural. Além disso, a retirada parcial das tropas da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) pode ter enfraquecido a capacidade de resposta das forças locais.
Resposta do governo e desafios pela frente
O governo moçambicano reforçou sua presença militar na região e anunciou novas operações para conter os ataques. No entanto, especialistas alertam que a solução para a crise exige mais do que uma resposta militar. Questões como o desemprego, a pobreza e a falta de serviços básicos continuam alimentando a insurgência.
A comunidade internacional tem pressionado por um plano abrangente que inclua esforços de reconstrução, apoio às vítimas e combate às causas estruturais do extremismo. Enquanto isso, os moradores de Cabo Delgado vivem sob constante ameaça, tentando reconstruir suas vidas em meio à incerteza e ao medo.