Ramadão em Moçambique 2025: Desafios e Solidariedade
O Ramadão de 2025, o mês sagrado de jejum e reflexão para os muçulmanos, teve início em Moçambique no dia 28 de fevereiro e estender-se-á até 30 de março. Durante este período, os fiéis abstêm-se de comer e beber do amanhecer ao pôr do sol, dedicando-se a orações e atividades espirituais.
Este ano, o Ramadão ocorre num contexto de desafios significativos para muitas comunidades moçambicanas. Estima-se que aproximadamente 4,9 milhões de pessoas estejam a enfrentar níveis elevados de insegurança alimentar aguda entre outubro de 2024 e março de 2025. Este cenário resulta de uma combinação de fatores, incluindo choques climáticos, como o fenómeno El Niño, que afetou a temporada agrícola de 2023/2024, e eventos climáticos adversos, como ciclones e tempestades tropicais.
A insegurança alimentar é particularmente preocupante durante o Ramadão, um período em que a alimentação desempenha um papel central nas práticas religiosas e comunitárias. A escassez de alimentos e os desafios econômicos podem dificultar a observância tradicional do jejum e das refeições comunitárias (iftar) ao pôr do sol.
As autoridades e organizações humanitárias estão a envidar esforços para mitigar os impactos da insegurança alimentar. Por exemplo, o Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD) está a fornecer apoio a famílias afetadas através de programas como o Seguro Soberano à Seca. Além disso, organizações internacionais e locais estão a mobilizar recursos para assistir as comunidades mais vulneráveis durante este período crítico.
Apesar dos desafios, as comunidades muçulmanas em Moçambique continuam a demonstrar resiliência e solidariedade, adaptando as suas práticas religiosas às circunstâncias atuais e buscando maneiras de apoiar uns aos outros durante o mês sagrado do Ramadão.