
O Partido Social Democrata (PSD) está a enfrentar uma crise interna após o envolvimento de três dos seus deputados no processo "Tutti-Frutti". Entre eles, destaca-se Carlos Eduardo Reis, que está sob investigação por suspeitas de corrupção ativa, prevaricação e tráfico de influência. Perante a gravidade das acusações, setores dentro do partido estão a pressionar para que o deputado suspenda o seu mandato parlamentar.
A Operação "Tutti-Frutti" investiga, desde 2018, alegados esquemas de favorecimento entre membros do PSD e do PS, envolvendo contratos públicos e avenças que beneficiariam militantes de ambos os partidos. Além de Carlos Eduardo Reis, os deputados Luís Newton e Margarida Saavedra também estão sob suspeita, enfrentando acusações de corrupção passiva, prevaricação e burla qualificada.
Em abril de 2024, o Ministério Público solicitou o levantamento da imunidade parlamentar dos três deputados, com o objetivo de constituí-los como arguidos e proceder à recolha de declarações. Este pedido foi aprovado pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados em junho do mesmo ano, permitindo o avanço das investigações.
Carlos Eduardo Reis tem negado veementemente qualquer envolvimento em atividades ilícitas, afirmando que está há anos a solicitar ser ouvido pelas autoridades sem sucesso. O deputado criticou duramente as reportagens que o implicam, classificando-as como "mentirosas" e "incompetentes", e anunciou a intenção de processar os órgãos de comunicação social responsáveis.
Apesar das declarações de inocência, a pressão dentro do PSD tem aumentado, com vários membros a defenderem que Carlos Eduardo Reis deve suspender o seu mandato até que a sua situação judicial seja esclarecida. Esta posição visa proteger a imagem do partido e assegurar que os princípios de transparência e integridade sejam mantidos durante o processo de investigação.