Críticas de Marcelo Rebelo de Sousa à Política Externa dos EUA

Em um discurso proferido no Palácio Nacional da Ajuda, durante um jantar em homenagem ao Presidente francês, Emmanuel Macron, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, teceu críticas à política externa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Marcelo acusou Trump de romper com a orientação de seu antecessor e com a política externa norte-americana vigente desde a Segunda Guerra Mundial, favorecendo a Rússia em detrimento da União Europeia (UE) e questionando a soberania de países aliados.
Marcelo destacou que Trump "questionou a soberania do Canadá, aliado na NATO e na Ucrânia", além de ter colocado em dúvida a administração da Dinamarca em relação à Gronelândia. O Presidente português também mencionou que Trump defendeu um acordo de paz na Ucrânia baseado em um entendimento preferencial com a Federação Russa, excluindo a participação europeia.
No que tange à guerra na Ucrânia, Marcelo observou que Trump tem "mesclado ataques ao Presidente ucraniano", estabelecendo condições alinhadas aos interesses russos, como a não adesão futura da Ucrânia à NATO e questionando as fronteiras reconhecidas internacionalmente. Além disso, apontou que Trump rejeitou a participação da UE nas negociações de paz e sugeriu um possível desinvestimento norte-americano no apoio à segurança europeia após o conflito.
O Presidente português também criticou declarações do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, durante a Conferência de Segurança de Munique, acusando-o de intervir em assuntos políticos internos de países europeus, especificamente da Alemanha. Marcelo enfatizou que, embora os Estados Unidos possam ter base eleitoral interna para alterar sua posição política, isso não lhes confere legitimidade para atacar a soberania de parceiros e aliados ou para favorecer a Rússia em detrimento da UE.
Em suma, Marcelo Rebelo de Sousa expressou preocupação com a atual postura dos Estados Unidos, que, segundo ele, parece favorecer a Federação Russa e seus aliados na situação ucraniana, em detrimento da União Europeia.