
O governo da China apresentou um protesto formal ao Panamá após o país da América Central anunciar sua saída da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), um ambicioso projeto global de infraestrutura liderado por Pequim. A decisão panamenha marca um revés para os esforços chineses de expandir sua influência econômica na América Latina.
Motivo da saída
O Panamá foi o primeiro país da região a aderir à iniciativa em 2017, poucos meses depois de romper relações diplomáticas com Taiwan e estabelecer laços oficiais com Pequim. No entanto, o governo panamenho argumentou que a parceria com a China não trouxe os benefícios esperados e optou por priorizar acordos comerciais mais alinhados com seus interesses estratégicos.
Reação chinesa
O Ministério das Relações Exteriores da China expressou "forte descontentamento" com a decisão do Panamá e instou o país a reconsiderar sua posição. Segundo Pequim, a saída da iniciativa pode prejudicar oportunidades de investimento e cooperação econômica entre os dois países.
Analistas avaliam que essa ruptura reflete uma mudança na postura do Panamá diante das tensões entre China e Estados Unidos. Como um dos principais pontos logísticos do comércio global devido ao Canal do Panamá, o país vem buscando equilibrar suas relações com as duas potências.
Impactos econômicos e geopolíticos
A saída do Panamá da Iniciativa do Cinturão e Rota pode influenciar outros países da América Latina a reavaliar seus acordos com Pequim. Nos últimos anos, nações como Equador e Argentina demonstraram sinais de cautela em relação a investimentos chineses, especialmente diante das preocupações com o endividamento e as condições dos contratos.
Por outro lado, os Estados Unidos vêm intensificando esforços para fortalecer parcerias na região, oferecendo alternativas financeiras e acordos de infraestrutura que competem com os da China.
O futuro das relações entre Panamá e China dependerá dos próximos desdobramentos diplomáticos e comerciais, enquanto Pequim tenta minimizar o impacto dessa decisão em sua estratégia global de expansão econômica.