
O número de pessoas a receber apoios sociais em Portugal continua a crescer e já ultrapassa a marca do meio milhão. Os dados mais recentes mostram um aumento significativo na atribuição de subsídios, como o Rendimento Social de Inserção (RSI), o Complemento Solidário para Idosos (CSI) e o Subsídio de Desemprego. O cenário reflete o impacto da inflação, da precariedade no mercado de trabalho e do aumento do custo de vida.
Entre os apoios mais concedidos está o RSI, destinado a famílias em situação de extrema pobreza. Em dezembro de 2024, mais de 215 mil pessoas beneficiavam deste subsídio, um crescimento de 8% face ao ano anterior. Já o CSI, direcionado a idosos com baixos rendimentos, também registou um aumento significativo, alcançando cerca de 180 mil beneficiários.
Outro indicador preocupante é o aumento do número de desempregados a recorrer ao subsídio de desemprego. Apesar da ligeira recuperação do mercado de trabalho, muitos trabalhadores enfrentam dificuldades para encontrar empregos estáveis e bem remunerados. Além disso, o aumento dos preços da habitação e dos bens essenciais tem levado mais famílias a recorrer ao apoio do Estado.
O Governo tem reforçado algumas destas prestações para mitigar o impacto da crise. Recentemente, foram aprovadas medidas como o aumento do CSI e do abono de família, bem como a criação de novos apoios para trabalhadores com baixos rendimentos. No entanto, especialistas alertam que estas medidas podem não ser suficientes para combater a crescente desigualdade social.
Organizações sociais e economistas defendem que, além dos subsídios, são necessárias políticas estruturais que promovam empregos dignos e acessíveis. O investimento na educação, formação profissional e habitação acessível são apontados como soluções para reduzir a dependência dos apoios sociais a longo prazo.
Enquanto isso, milhares de famílias continuam a enfrentar dificuldades e dependem cada vez mais da assistência do Estado. Com a persistência da inflação e as incertezas económicas, a tendência de aumento no número de beneficiários pode continuar nos próximos meses, exigindo novas respostas por parte do Governo.